sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Resenha Crítica do Filme "A Revoluçãos dos Bichos"


RESENHA CRÍTICA

Referência: Filme A Revolução dos bichos, baseado no Livro de mesmo título de George Orwell, dirigido por John Stephenson e lançado em 1999.
    
      O filme relata a tomada do poder pelos bichos, que representavam o proletariado,  das mãos dos humanos, que seriam os burgueses.Se passa em uma fazenda, cujo dono era Senhor Jones, que vivia bebado e maltratava os animais.
            A figura de Lênin, da revolução russa de 1917, é representada pelo porco Major, que plantou a semente da revolução, ao anunciar um sonho que havia tido em que todos os bichos eram iguais e não havia sofrimento. Trotsky é o Bola de Neve, que liderou a revolução mais tarde, e implantou o novo regime, o Animalismo, fazendo referência ao Socialismo. Os animais estavam felizes, plantavam e colhiam, cantavam hinos e criaram um código. Eram sete mandamentos que resumiam o Animalismo.Os seguintes: Quem  ande sob duas patas é inimigo, quem ande sob quatro patas ou tenha asas é amigo, Nenhum animal beberá alcool ou usará roupas, nem dormirá em cama. É proibido que um animal mate outro, pois todos os animais são iguais. E todos participavam das decisões na fazenda.
          Até que foram impedidos por Stalin, no filme representado por um porco de nome Napoleão,que liderou o movimento juntamente com Bola de Neve e com a ajuda de  cães treinados, expulsou o colega da fazenda, pois tinham divergências ideológicas. Alegou a comunidade que Bola de Neve havia traído o movimento e estaria servindo aos humanos. Verdadeiro traidor da Revolução, Napoleão agora liderava, e mudou as ordens  na granja, de forma a criar uma ditadura totalitarista,que privilegiava os porcos, que se julgavam mais inteligentes. O que era ainda pior do que o antigo regime, mesmo que muitos animais não pecebessem isso. Eles não podiam mais opinar sobre as coisas de interesse de todos, somente os porcos agora tinham poder de decisão. Os animais trabalhavam muito mais e recebiam menos alimento. E pouco a pouco Napoleão infringiu todos os sete mandamentos que os animais haviam criado. O mesmo paulatinamente  ia se humanizando (que na lógica do filme seria se tornando mais parecido aos próprios burgueses a quem queriam derrubar no ínicio). Ele dormia em camas, usava roupas, mandou matar animais da fazenda, comercializava com humanos, e até passou a andar com duas patas.
Ocupava agora a casa do Senhor Jones, seu antigo dono, e bebia as suas bebidas.
Napoleão teve a ajuda de Garganta, porco fiel a ele, que convencia os animais de que as atitudes do porco traidor eram para o bem de todos.
         No ínicio a fazenda representava uma sociedade capitalista, em que os animais  que trabalhavam, ou seja os operários, acumulavam riquezas para o patrão, Senhor Jones, e eram os que menos eram benefíciados com aquilo que produziam. Recebiam apenas alimentação, que muitas vezes nem era suficiente.
         Após a revolução, temos o quadro do Socialismo, em que não havia desigualdades sociais, todos participavam das decisões políticas e sociais, a produção era dividida igualmente a todos e a comunidade vivia em hamonia.
         Quando Napoleão (Stalin) trai o movimento, inicia-se o período da ditadura. E a situação fica ainda mais crítica do que quando o Senhor Jones era dono da Granja. Napoleão usava os argumentos altamente persuasivos do colega Garganta para ludibriar os animais, e usava, quando necessário, a força dos cães que criara para intimidar aqueles que tentassem se contrapor as suas regras, torturando e até mesmo matando.
         No final da história os porcos haviam se transformado tal como os humanos, comercializavam com eles, visando o lucro acima de tudo e explorando os demais bichos. Claramente deturparam as idéias da revolução que eram justamente a de não acumulação de capital, e igualdade para todos.
        O burro que sempre fala que a situação nunca vai melhorar, reflete a situação dos operários nesse contexto. Os equinos, Sansão e Quitéria, representam a ingenuidade da classe trabalhadora, que era explorada sem se dar conta do que ocorria.
       A revolução dos bichos é uma analogia a Revolução Russa, e uma crítica ferrenha a Stalin, relatando a situação de miséria da população soviética no período em que este chega ao poder. 

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